Macintosh, há 25 anos mostrando como se faz

Postado em: 03 / 12 / 2009

Marcelo Tomaz

No dia 22 de Janeiro de 1984, no terceiro intervalo comercial do Super Bowl, a Apple lançava o Macintosh, em um comercial de um minuto dirigido por nada mais, nada menos que Ridley Scott. A partir daí, bem a partir daí, certamente a sua vida foi completamente modificada, como a minha e a de todas as pessoas expostas ao efeito direto ou indireto da tecnologia.

É interessante observar como o atual “iCEO” Steve Jobs conduz a Apple, sempre atento aos seus próprios insights, pouco afeito ao passado e muito cuidadoso com o resultado estético de absolutamente todos os seus produtos. Hoje o Macintosh, Mac para os íntimos, cresce e populariza-se mundialmente em um ritmo acelerado, seu sistema operacional já não assusta tanto os usuários que durante anos foram submetidos a experiências conturbadas com seus PCs e seus infinitos drivers, vírus e boots diários.

Esses usuários buscam simplicidade, praticidade, confiabilidade, design e, claro, funcionalidade. No caso do Mac, tudo isso vem com um design impecável e um preço cada vez mais acessível, facilitando novas experiências para novos públicos. Hoje mais do que um computador pessoal, o Mac é fruto de uma marca diferenciada, que dita rumos, constrói hábitos e influencia pessoas e, em um mundo no qual coisas surgem e desaparecem rapidamente, um computador de 25 anos não pode passar despercebido. Não mesmo!

Jobs, uma mente brilhante

Com uma história de vida daquelas dignas de fazer chorar o mais durão dos jogadores de rugbi e com uma fama de autoritário, frio e implacável com seus subordinados, Steve Jobs sempre seguiu fielmente seus instintos. Pouco afeito ao discurso padrão de “olhar para o passado para prever o futuro”, ele sempre focou sua atuação diretamente no futuro, tendo como armas o seu extremo zelo pelos produtos criados e uma visão ousada da comunicação como instrumento comercial.

Um criativo que confiava, confia e sempre confiará no seu ponto de vista acima de tudo, e sempre mantém tudo à sua volta e sob seu comando. Na maioria das vezes mostrou soluções geniais para problemas que as pessoas muitas vezes nem sabiam que existiam, em outras tantas simplesmente fez melhor coisas que já existiam, mas não oferecia o máximo do seu potencial, como o iPhone, um simples telefone, ou o iPod, um simples tocador de músicas. Com ele é assim, se não existe, inventa-se. Se já existe, reinventa-se.

Como nasce uma marca dessas?

A marca Apple nasceu em 1976 com Steven Jobs e Stephen Wozniak (os 2 Steves cá para nós), e foi desenhada por Steve Jobs (sim, ele de novo) e Robert Wayne, uma espécie de terceiro sócio da Apple que acabou deixando a sociedade por um suposto medo dos prejuízos futuros. É nessa hora que o mundo deveria parar e perguntar se estamos certos disso ou queremos ajuda dos universitários?

A marca nascia baseada numa mistura da ilustração de Isaac Newton embaixo de uma macieira e algumas faixas que envolviam o símbolo e expunham o nome da companhia, o resultado mais parecia uma lápide e, em minha opinião, pouquíssimo tinha ver com nascimento, mas enfim… Mesmo assim a empresa nasceu, porém logo percebeu que aquilo não representava adequadamente a essência do negócio, tecnologia, modernidade, vanguarda.

A partir daí, Jobs contratou Rob Janoff, que criou a marca nos moldes que conhecemos hoje, a maçã multicolorida simbolizaria o conhecimento e a mordida faltante representaria a aquisição do conhecimento por parte dos seus consumidores. Também tem uma forte conotação de desejo representado pela mordida e um trocadilho daqueles para fechar com chave de ouro, entre “bite” (mordida) e “byte” (conjunto de 8 bits denominado assim pela IBM).

Essa marca fez tanto sucesso que perdurou como ícone da empresa durante muitos anos. Na época a quantidade de cores utilizadas na maçã e o sistema de impressão precário serviram de argumento para que Jobs desistisse pelo menos de algumas cores da sua marca, mas de novo ele insistiu e bancou a marca. Que mudassem o sistema de impressão então, oras.

Estar à frente, só é bom no caminho certo

Se há uma coisa que todo mundo minimamente interessado em tecnologias e conhecimentos gerais sabe, é que a Apple representa vanguarda. Por isso, em várias ocasiões as pessoas revêem seus conceitos baseando-se nos da Apple, sejam eles de design, portabilidade, funcionalidade ou “apenas” estilo.

Costumo dizer que estar à frente é muito importante, desde que esteja no caminho certo, pois de que adianta ser o primeiro a cair em um precipício? Mesmo que outros o sigam, insisto, não valerá a pena.

A Apple já errou algumas vezes, já lançou o Mac Cube que foi um fiasco, o Newton um “MessagePad” que também não foi tudo o que esperavam, o iMac G4 “Abajur” que derrapou feio comercialmente, costuma invariavelmente tornar seus produtos obsoletos do dia para a noite em uma estratégia no mínimo questionável, porém a cada lançamento, ou o que é melhor, a cada “expectativa” de lançamento, o mercado fervilha à espera do próximo passo dessa pioneira para que, no menor tempo possível, a concorrência possa segui-la com mais segurança e muito menos ousadia.

Um produto completo, tudo aqui

O Mac é um computador quase que autosuficiente, praticamente não precisa de você, a não ser para comprá-lo, rê, rê, rê, brincadeirinha… É uma máquina prática, objetiva e muito estável, tem uma interface leve, oferece uma convivência tranquila aos seus usuários e por conta do seu design, se tornou “cool”.

Ainda hoje é interessante ver como outras pessoas reagem ao verem você usando um Mac, sempre surge uma pérola do tipo: Nossa você usa um Mac, uau, ele é exclusivo para a área gráfica não é? Possui um código binário diferente dos PCs, né? Serve para home banking? Tem Orkut? Portanto se estiver sem assunto com qualquer pessoa, abra um MacBook, pegue o seu iPhone ou ligue o seu iMac e acredite, o assunto vai fluir, ah vai.

Quando o design encontra um gênio

Graças a Deus um produto como o Mac, de uma empresa como a Apple e com um “iCEO” como o Jobs, tem como grande diferencial o design. E como poucas pessoas realmente valorizam isso hoje em dia, o Mac vai explorando e aumentando a cada dia a sua fatia de mercado, torcendo sempre para que o seu principal diferencial não sucumba. O design? Não, o design não é o principal diferencial da Apple, Jobs é.

Aos interessados:

www.macmagazine.com.br
www.applegazette.com
www.creativepro.com
www.apple.com
www.mundodasmarcas.blogspot.com
www.youtube.com
www.theappleblog.com
blog.wired.com

O Bla-marcelotomaz nasceu em 2005, como um blog de opinião, criado para falar facilmente sobre temas nem sempre fáceis, como branding, design, propaganda, marcas e afins. Quem quiser saber mais sobre o assunto, basta acessar www.bla-www.marcelotomaz.com.br – marcelo@commgroup.com.br

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Comentários (1)

 

  1. andre disse:

    Gosto muito dos produtos dessa marca. E acho que sempre sera referencia. Pois Tanto os Adultos quando as crianças, adoram ela. Trabalhei em um loja onde havia muitos produtos dessa marca. E eu vendia bem.

    Hoje em dia utilizo do meu blog: http://marketmultinivel.com para divulgar minha oportunidade.

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