Pesquisa mostra que marcas regionais resistem à globalização

Postado em: 25 / 10 / 2010

Marcas regionais que resistem à globalização em diversas partes do país

Marcas regionais que resistem à globalização em diversas partes do país

Estudo inédito do Grupo Troiano de Branding mostra que, apesar da globalização, as marcas regionais mantêm sua força e personalidade, principalmente nas categorias de alimentação, higiene pessoal, limpeza e bazar. Segundo Jaime Troiano, presidente do Grupo Troiano de Branding, existem alguns motivos que contribuem para a resistência das “trincheiras” regionais.

O primeiro é o chamado “Apartheid mercadológico”, as grandes corporações priorizam em seus planos de marketing as classes AB, nas cidades mais desenvolvidas e se esquecem dos mercados regionais e da classe média. A vantagem logística das marcas regionais é outro ponto fundamental, pois permite maior agilidade de entrega nos locais em que atuam e, consequentemente, com redução de custos. A preservação de características que remetem à cultura local e o valor de integração que acompanha essas marcas também são fatores que as diferenciam das concorrentes.

“As origens, hábitos locais e o folclore são respeitados pelas marcas regionais. Os consumidores se sentem mais confiantes por saberem que a fábrica está localizada na sua cidade ou no seu Estado. Além disso, essas marcas confirmam a presença da pessoa no local em que consome, criam o sentimento de pertencer a um grupo gerando mais segurança”, explica Troiano.

Guaraná Jesus, do Mara~

Guaraná Jesus, do Maranhão, foi comprado pela Coca Cola, mas manteve a indentidade regional

O estudo realizada pelo Grupo Troiano aconteceu em duas etapas. Os pesquisadores acompanharam o dia a dia de cerca de 30 famílias para compreender seus hábitos de consumo. No segundo momento, três mil pessoas responderam um questionário via Internet, nesse momento o Grupo Troiano de Branding contou com o apoio das empresas e-bit e Elementos. As pesquisas englobaram consumidores de todos os níveis de renda, idade entre 25 e 65 anos e moradores dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

No Rio Grande do Sul foram analisadas farmácias e supermercados. Em Minas Gerais, farmácias, marcas de biscoitos e macarrão. Em Pernambuco, cartões de crédito e água mineral. Cinco critérios foram analisados com relação à impressão que o consumidor tem das marcas: desconhecimento; rejeição, familiaridade (conhece, mas não tem opinião sobre a marca), preferência (prefere, mas nem sempre consome) e idealização (quando só consome aquela marca).

Nordeste tem tradição nos cartões de crédito regionais

Nordeste tem tradição nos cartões de crédito regionais

Outra conclusão da pesquisa é que as marcas regionais analisadas têm em comum um contato mais próximo com o consumidor e transmitem a sensação de acolhimento, atenção, cumplicidade e dedicação. “As marcas regionais têm muito a ensinar às marcas nacionais e globais. Algumas operações de fusão e aquisições entre esses grupos e que foram bem sucedidas, levaram em conta esses valores intrínsecos das marcas regionais”, afirma Jaime.

Este artigo foi publicado originalmente no blog http://brandinsights.com.br do Grupo Troiano

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