Especialistas em branding comentam a nova marca do Senac

Postado em: 20 / 08 / 2012

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Maria Edicy Moreira

O Senac apresentou, no dia 5 de agosto de 2012, sua nova identidade visual que chegou para substituir uma marca que havia sido desenhada em 1969. A mudança foi radical e, como tudo que é novo e rompe com o passado, a nova marca do Senac vem gerando comentários.

O BDxpert foi ouvir quem entende do assunto para emitir suas opiniões sobre o redesign da marca do Senac, o designer especialista em branding, Ronald Kapaz, sócio-diretor da Oz Design, e a designer especialista em branding, Gisela Schulzinger, diretora de branding innovation da Pande Haus. Veja a seguir o que eles pensam sobre a nova marca do Senac:

 

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Ronald Kapaz

A pedido da Edicy comento aqui, com a informação reduzida que está à disposição de quem é convidado a emitir um juízo, o que pode ser dito sobre a nova marca do Senac. Pelo que li aqui no BDxpert e no site oficial do Senac, a mudança foi baseada em uma ampla pesquisa que apontou a “inovação” (essa palavra de novo…) como principal atributo da entidade. “Optamos por um design moderno, que representa inovação…”.

Lembrei-me de uma citação da minha coleção de “pérolas”, do Picasso: “Não me surpreendo com o abuso que vem sofrendo a palavra ‘evolução’. Eu não evoluo, eu sou. Em arte não existe nem passado nem futuro. A arte que não é do presente não é de tempo algum. Não é arte”.

Sei que design não é arte, mas sei também que não há design sem arte e, toda vez que vejo em trabalhos de identidade de marca o termo “inovação” como pilar de valores e também o termo sendo citado em toda a mídia, sinto que estamos repetindo um vocabulário sem reflexão ou profundidade, como mais uma dessas palavras que entram e saem de cena por desgaste ou falta de refinamento e compreensão.

E toda tradução visual de “inovação”, na forma de marca, acaba por traduzir esse mesmo contato de superfície com o termo. Seria estranho se fosse o contrário, não? Para exemplificar, olho para o logotipo (as letras que são usadas para grafar o nome da instituição) usado na nova marca do Senac e vejo uma tentativa de “ruptura” e de “assimetria”, atributos comumente (e superficialmente) associados à “inovação” que não resultam em um design belo.

Por fim, sei o quão difícil é atender aos desejos de instituições complexas como o Senac, e imagino que muita água deve ter rolado sob essa ponte que eu desconheço do processo, portanto, o juízo aqui emitido deve ser avaliado com essa ressalva, a do que pode ser dito com poucos dados.

 

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Gisela Schulzinger

O redesenho de uma marca representa sempre um novo momento, uma nova fase, e essa alteração é diretamente proporcional ao tamanho da mudança. No caso da marca do Senac parece-me que houve necessidade de transmitir e materializar um grande movimento de atualização e reposicionamento da instituição.

Foi uma mudança bastante radical, o vínculo com o passado se dá somente pelo nome e, por essa razão, haverá necessidade de explicações e de se “contar uma nova história” a partir dessa nova perspectiva. Só o tempo dirá o quanto essa mudança foi assimilada pelos públicos interno e externo, como já ocorreu com outras marcas no Brasil.

 

Onde encontrar

Para saber mais sobre a nova marca do Senac veja aqui no BDxpert (www.senac.br) e no site do Senac (www.senac.br

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