Autodesk quer vender 50% de suas licenças nos países emergentes
Postado em: 29 / 10 / 2012
Maria Edicy Moreira
A Autodesk pretende chegar a 2020 com 50% de suas licenças sendo vendidas nos países emergentes, número este que deverá responder por 20% faturamento da companhia. A declaração foi feita por Patrick Williams, vice-presidente sênior da Autodesk para a Ásia, Pacífico e mercados emergentes, que esteve no Brasil para participar da conferência de usuários Autodesk University 2012, realizada no dia 09 de outubro de 2012, em São Paulo. Hoje, segundo ele, os emergente respondem por 37% das licenças vendidas pela Autodesk, o que representa 17% do faturamento.
Williams falou também da importância do papel da Autodesk como fornecedora de tecnologias para viabilizar os muitos projetos que estão sendo desenvolvidos nos países emergentes como as obras de infraestrutura, estádios e aeroportos para a Copa FIFA 2014 no Brasil. Além de grandes torres de edifícios no Brasil e nos outros países emergentes. “Hoje das 20 maiores torres de edifícios que estão sendo construídas no mundo, 16 delas estão nos países emergentes.” O executivo observou que todos esses empreendimentos de edificação e infraestrutura estão sendo construídos com a participação de empresas locais e globais e as tecnologias da Autodesk voltadas à computação na nuvem e aos dispositivos móveis estão facilitando a comunicação essas empresas.
Martín Moreno, CEO da Autodesk no Cone Sul, destacou a importância do Brasil para a Autodesk. Segundo ele, o Brasil é o país mais importante na América Latina e o grande desafio para a Autodesk é transformar a capacidade de trabalho das pessoas. “Agora é o momento não só de trabalhar mais, mas de trabalhar melhor, e nós vamos ajudar os designers, engenheiros e arquitetos a trabalharem melhor, e a desenvolverem produtos e edificações melhores.”
Segundo o executivo, uma das metas da Autodesk para o Brasil, nos próximos três anos, é desenvolver parcerias e aplicações específicas para o país e investir fortemente em educação, não só nas universidades, mas também nas escolas públicas de ensino fundamental e médio.
Steve Blum, vice-presidente mundial de vendas e serviços sênior da Autodesk, disse que a Autodesk está investindo em educação para conquistar os jovens. “Começamos investindo na universidade, mas agora estamos indo aos colégios que têm crianças, o mercado já sabe que a Autodesk chega às crianças. Nossa estratégia é oferecer os serviços de computação na nuvem e soluções para dispositivos móveis aos usuários profissionais (engenheiros, designers e arquitetos) e ao público leigo, principalmente aos jovens.”
O executivo disse que a Autodesk está migrando seus softwares do PC para a nuvem para os dispositivos móveis para democratizar o uso de suas tecnologias atendendo tanto aos engenheiros, arquitetos e designers que querem usar a nuvem para fazer simulações, visualização e compartilhar informações entre equipes quanto aos usuários leigos especialmente ao público jovem que está aderindo aos dispositivos móveis.
A conquista desse público jovem começou em 2010 quando a Autodesk lançou o AutoCAD WS para dispositivos móveis, primeiro aplicativo da companhia para a mobilidade. “O AutoCAD WS foi a melhor propaganda para o AutoCAD e para a Autodesk na conquista de novos usuários”, disse Blum.
Amy Bunszel, vice-presidente da Autodesk para o grupo de produtos AutoCAD, fez uma retrospectiva sobre os 30 anos que a Autodesk está completando em 2012. Ela destacou a ampliação da faixa demográfica da comunidade de usuários Autodesk, que há 30 anos era composta por alguns milhares de arquitetos e engenheiros, e hoje, com os avanços da computação na nuvem e dos dispositivos móveis, conta com milhões de usuários de 7 anos a 80 anos.
Hoje, além dos engenheiros, designers e arquitetos, pessoas das mais diversas profissões e estudantes usam as ferramentas da Autodesk para criar produtos, filmes, edificações, obras de infraestrutura e para desenvolver seus hobbies ou ganhar um dinheiro extra.
Amy lembrou que em 1982 o AutoCAD, único software da Autodesk à época, tinha 16 funcionalidades e 1200 linhas de códigos. Hoje o AutoCAD tem 18 milhões de linhas de código e a Autodesk tem mais de uma centena de produtos divididos em suítes. A executiva disse que nos últimos 30 anos o PC comandou as mudanças na computação, agora o grande salto ficará por conta da computação na nuvem e dos dispositivos móveis, que deverão fazer uma revolução ainda maior.
Amy pontuou ainda alguns marcos nos 30 anos de história da Autodesk como o lançamento do Inventor em 1999, software que representou o ponto de partida para a prototipagem digital; e a compra do Revit, em 2002, software que se tornou a base para a tecnologia BIM (Building Information Management), que permite interagir com o modelo do edifício em tempo real.
Em 2007 a Autodesk atingiu 8 milhões de usuários. Em 2010 lançou o AutoCAD e AutoCAD WS para Mac e iPad e em 2011 lançou o AutoCAD WS para Android. Também em 2011 a companhia lançou a plataforma 360 para computação na nuvem. Graças a essas iniciativas a companhia tem hoje aproximadamente 90 milhões de usuários.
PSA
Frederico Laguna, gerente de estilo da PSA para a América Latina, falou das vantagens alcançadas pela montadora com a utilização do software de visualização, Showcase, e do 3ds Max para tratamento de imagens e renderização, ambos da Autodesk. Os softwares são usados no CRV (Centro de Realidade Virtual) da PSA para validar protótipos virtuais e para a criação de materiais para apresentação e lançamento dos automóveis e para a produção de manuais.
Segundo Laguna, além de ganhar tempo e qualidade nos projetos, uma das principais vantagens do uso do Showcase e do 3ds Max está na redução de custos. Enquanto um protótipo físico custa US$ 600 mil, um protótipo virtual sai por US$ 20 mil.
No CRV da PSA, que tem uma tela de cinco metros, o Showcase é uma ferramenta estratégica para validação de protótipos digitais. “Durante as apresentações vamos mudando os materiais, as cores… e conseguimos aprovar um projeto conceito com pessoal de marketing rapidamente, reduzindo custos e o número de protótipos físicos”, diz Laguna.
O 3ds Max entra em cena para ajudar na criação de materiais realistas a partir das imagens geradas no Showcase para apresentação dos novos automóveis em fase de clínica e para divulgação e lançamento dos novos modelos, sem correr o risco de ter o sigilo industrial quebrado.
Laguna explica que com o auxílio do CRV e dos softwares Showcase e 3ds Max, o centro de estilo prepara todo o material de lançamento sem tirar o carro da fábrica. Isso, além de manter o sigilo industrial e reduzir custos com fotos e deslocamento do novo modelo, permite que muito antes de o carro ser fabricado o público já possa ver os mínimos detalhes do novo modelo seja na mídia impressa, no site ou em vídeos. “Pegamos vários ângulos do carro, com iluminação perfeita, melhor que uma foto real, e geramos imagens para mídia impressa, vídeo e para o site, além de catálogos e o manual do usuário, tudo isso a um custo baixíssimo e com um retorno imediato. Assim podemos oferecer aos futuros compradores a possibilidade de visualizar diversos ângulos do novo lançamento, destacando os pontos fortes do modelo que queremos que eles vejam”, afirma Laguna.
AU 2012
Autodesk realizou a Autodesk University em São Paulo pela segunda vez. A edição brasileira deste evento, que acontece nos EUA há 20 anos, contou com a participação de mais de 1500 congressistas, que tiveram a oportunidade de assistir a dezenas de seções técnicas e casos de sucesso apresentando as melhores práticas de design, projeto, simulação e visualização desenvolvidas com os aplicativos Autodesk para design e projeto de produtos, AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), plantas industriais, óleo e gás, manufatura digital, entre outros.