Questto cria guitarra impressa em 3D e sistema para vender carros
Postado em: 07 / 11 / 2014
Maria Edicy Moreira
Levi Girardi, sócio do escritório de design Questto Nó, apresentou durante a Siemens PLM Connection 2014, realizada em outubro, em São Paulo, uma combinação entre o design e a impressão 3D que promete mexer com o universo dos apaixonados por música e tecnologia. A guitarra Strip, concebida pela Questto, Nó poderá ser baixada na Internet, personalizada e impressa em 3D.
Girardi contou que, embora seu escritório usasse a impressão em 3D há 15 anos, não acreditava que seria possível imprimir qualquer objeto em casa, mas depois de visitar uma feira em NY sua visão mudou e, por isso, seu escritório começou a trabalhar no desenvolvimento da Strip, uma guitarra para ser produzida nas impressoras 3D. O modelo está sendo finalizado e depois será colocado na Internet para que as pessoas façam download, adaptem o modelo a seu gosto e imprimam suas guitarras personalizadas.
“Nosso objetivo é pensar em novas soluções que transformem nosso dia-a-dia em uma rotina mais prazerosa, acessível e melhor, disse Girardi. Por isso, em parceria com a 3D Systems e a Robtec, a Questto Nó criou a guitarra Strip, para ser impressa em 3D, usando plástico industrial e nem nenhum componente de madeira. “Mais do que apenas um produto, o projeto reflete nossa busca pelo novo e por experiências criativas com potencial transformador”, disse Girardi.
Segundo ele, apesar de fazer parte de diversos estilos musicais, a guitarra está intrinsecamente ligada ao rock´n´roll, que por sua vez sempre esteve relacionado à juventude, ao sexo e à rebeldia, contestando regras vigentes. Por isso, esses conceitos guiaram o processo criativo da guitarra, que também se propõe a contestar o jeito tradicional de se produzir guitarras.
Veja no vídeo acima como foi produzida a guitarra Strip criada pela Questto Nó e impressa em 3D
“Fizemos todo um estudo para entender a guitarra, embora tivéssemos músicos na equipe, preferimos nos distanciar para não desenhar uma guitarra para nós”, disse Girardi. A guitarra foi feita de ponta a ponta no NX, software da Siemens PLM, que segundo o designer permite criar produtos complexos com muita rapidez.
Durante a conferência Girardi apresentou também o projeto que a Questto Nó desenvolveu para a Fiat, o Fiat Live Store, um novo arquétipo que mistura de capacete + tiara + headphone para oferecer ao consumidor uma nova experiência de consumo, eliminando as fronteiras entre design, publicidade, serviços e negócios.
“É tudo junto e misturado! Fomos convidados pela AgênciaClick, idealizadora do conceito, e aceitamos o desafio por se tratar de algo transformador. Em três meses desenvolvemos o Live Store, da pesquisa à fabricação, em pequena escala”, disse Levi Girardi.
Equipado com câmeras de vídeo e headphone, o Fiat Live Store permite aos vendedores das concessionárias Fiat apresentar os automóveis aos consumidores pela Internet. O equipamento colocado na cabeça do vendedor assume a visão do cliente que pode olhar todos os detalhes dentro e fora do automóvel.
Veja como funciona o Live Store para ajudar a vender automóveis pela Internet
Levi Girardi aproveitou a oportunidade para explicar sobre o verdadeiro papel do design que, ao contrário do que muitos pensam, vai muito além da estética. “O design é a tradução de muita pesquisa, protótipos e uma série de estudos para verificar o impacto ambiental do produto ou serviço e a viabilidade técnica e econômica. O designer tem que extrair da sua criatividade produtos que as pessoas nem sabem que querem”, disse Girardi.
Para ilustrar essa ideia ele apresentou o projeto de branding realizado para a linha de cosméticos Natura Sou, produtos para tratamento de pele e cabelos, que a Questto Nó desenvolveu em parceria com o escritório de design Tátil, do Rio de Janeiro.
Segundo Girardi, a Natura tinha como meta desenvolver processos de produção e comercialização, além da embalagem, tudo com ampla redução de impacto ambiental. Por isso, as equipes da Questto Nó e da Tátil olharam não só para a embalagem do produto, mas para todo o processo de produção e comercialização, alcançando uma redução do impacto ambiental de 75%.
“Os processo de comercialização e uso da linha Sou também foram investigado. Entender como os consumidores e as consultoras da Natura iriam lidar com as embalagens e os cosméticos no dia a dia era de crucial importância para o projeto. Diversas imersões etnográficas foram realizadas em estados diferentes do Brasil para compreender essas diferenças”, disse Girardi.
www.questtono.com.br