Silvio Santos faz 84 anos e ganha de presente mostra de caricaturas
Postado em: 15 / 12 / 2014
Cartaz da Mostra “84 vezes Silvio Santos, inaugurada dia 12 na Estação República do Metrô de São Paulo
Maria Edicy Moreira
Ao completar 84 anos o apresentador mais carismático, irreverente e famoso do Brasil, conhecido pela sua maestria em comandar programas de auditório e também por ser o maior colecionador de gafes, sendo as trocas de nomes das pessoas as mais frequentes, como aquela em que recentemente trocou o nome da dupla Chitãozinho e Xororó por Sertãozinho e Xororó, e ainda pelos tombos que leva no palco, Silvio Santos ganhou entre os muitos presentes e homenagens uma exposição de caricaturas.
A mostra “84 vezes Silvio Santos” é uma homenagem dos cartunistas mais famosos do Brasil que se divertiram ao registrar, a seu modo, os traços, trejeitos e irreverência do apresentador que está há mais tempo no ar, e que sabiamente trocou o nome Senor Abravanel por Silvio Santos. A mostra, transitará por três estações do Metrô de São Paulo entre 10 de dezembro de 2014 e 28 de fevereiro de 2015.
Caricatura assinada por Nei Lima
Aberta no dia 10 de dezembro na estação República do Metrô, a mostra permanece nesta estação até 31 de dezembro de 2014. Em seguida será transferida para a estação Clínicas do Metrô onde poderá ser vista de 10 a 31 de janeiro de 2015, e finalmente poderá ser conferida na estação Corinthians/Itaquera do Metrô entre os dias 10 a 28 de fevereiro de 2015
A mostra “84 Vezes Silvio Santos, é uma realização da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) e conta com a curadora de José Alberto Lovetro (JAL), presidente da entidade, que reuniu 60 caricaturas publicadas na mídia para compor essa densa e divertida homenagem ao apresentador de TV.
Caricatura assinada por Baptistão
SERVIÇO
EXPOSIÇÃO – “84 Vezes Silvio Santos”
Período de exposição: 10 de dezembro de 2014 a 28 de fevereiro de 2015
Locais e períodos:
Metrô República (Espaço do nível “C”): 10 a 31 de dezembro de 2014
Metrô Clínicas: 10 a 31 de janeiro de 2015
Metrô Corinthians/Itaquera: 10 a 28 de fevereiro de 2015
Horário: 4h40 às 24h00
Conheça os cartunistas que contribuíram com suas criações para a composição da mostra:
Alecrim, Alex Souza, Amorim, Anderson de Carvalho Kocís, André de Pádua Oliveira, André HQ, André Sposito, Aroeira, Baptistão, Benjamim Cafalli, Bruno Hamzagic, Bruno Honda, Cárcamo, Carriero, Carvall, De Pieri, Décio Ramirez, Dilmar Júnior, Dimaz Restivo, Eder Santos, Edra, Edson Guedes, Eduardo Schloesser, Elihu, Evandro Carlos Olante, Fer, Fernandes, Ferreth, Francisco Rocha, Fred Osanan, Gustavo Guimarães, Iéio, Izânio Façanha, J.Bosco, Jal, Jean pires, Jorge Inácio, Josemar, Josú Barroso, Kaltoé, Lézio Júnior, Mauricio de Sousa, Mônica Fuchshuber, Nei Lima, Osvaldo Pavanelli, Paulo Sergio Jindelt, Quinho, Rafael Grande, Renato Stegun, Ricardo Alonso, Ricardo Soares, Sergio Gomes, Silvio Brum, Tako X, Toni D’Agostinho, Verônica Saiki, William Medeiros, William MR, Xavier Lima, Zappa.
Caricatura assinada por Maurício de Sousa
A TRAJETÓRIA DE SILVIO SANTOS
Senor Abravanel, nascido 12 de dezembro de 1930, filho primogênito dos imigrantes judeus sefarditas, Alberto Abravanel e Rebecca Caro, sabia que com este nome não iria longe no mundo das comunicações e adotou o nome artístico Silvio Santos. Ao contrário do que muitos pensam, Silvio Santos não é paulista, mas carioca da gema, nasceu na travessa Bem-te-vi, no bairro boêmio da Lapa, no Rio de Janeiro.
O apresentador de TV e empresário começou a vida profissional trabalhando como camelô vendendo capas para títulos de eleitor. Um fiscal da prefeitura do Rio de Janeiro percebeu seu potencial de voz e o convidou a fazer um teste para locutor na Rádio Guanabara, hoje Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro. Silvio conquistou o primeiro lugar no teste da rádio, ganhando de nomes como Chico Anysio e José Vasconcelos, mas se manteve apenas 1 mês como radialista pois como ambulante ganhava mais.
Aos dezoito anos serviu ao Exército Brasileiro como paraquedista, em Deodoro (bairro da Zona Oeste do Rio). Sabendo que a carreira de camelô era incompatível com a de militar, Silvio decidiu ser locutor de uma rádio em Niterói. Com seu afinado tino comercial percebeu que poderia ganhar algum dinheiro na própria barca Rio/Niterói em que viajava para trabalhar na rádio de Niterói.
Criou um serviço de alto falante que tocava música e nos intervalos fazia inserções comerciais. Além disso, fez uma parceria com a cervejaria Antarctica, de São Paulo, para vender cerveja e refrigerantes na barca. Na compra, o consumidor ganhava uma cartela de bingo e concorria a prêmios como jarras e quadros. Passou a atuar também na barca Rio/Ilha de Paquetá.
Um dia a barca quebrou e iria ficar um tempo no estaleiro para conserto, então seu patrocinador na Antártica o convidou a passar uma temporada na “terra da garoa”. Em são Paulo, Silvio Santos começou a trabalhar em bares e com caravanas de artistas apresentando espetáculos e sorteios. Como tinha um tom de pele claro, ficava vermelho com facilidade, e por falar bastante, começou a ser apelidado “peru que fala”. As caravanas do Peru falante ficaram conhecidas na capital de São Paulo, em cidades do interior e em outros estados.
Caricatura assinada por Bruno Hamzagic
Logo Silvio Santos passou à televisão, adaptando o formato dos shows, espetáculos e sorteios das caravanas de artistas à linguagem da TV. Seu primeiro programa, Vamos Brincar de Forca, estreou em 1962 e era transmitido pela TV Paulista, à noite. Um grande sucesso. Em 1964, passou a comandar seu programa aos domingos, das 12 às 14 horas. No decorrer dos anos, o formato seria expandido e aprimorado se transformando no Programa Silvio Santos.
Paralelamente o apresentador/empresário investiu em novos empreendimentos: adquiriu de seu amigo Manuel de Nóbrega e de um alemão o Baú da Felicidade, empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças mediante pagamento em prestações. Depois de reformas no plano de negócios, o Baú da Felicidade ficou conhecido pela venda de carnês e sorteios.
Quando a TV Paulista foi incorporada à Rede Globo, Silvio seguiu pagando aluguel pelo seu horário dominical, revendendo o tempo dos anúncios a outras empresas e, seguindo uma linha similar aos shows do Peru falante, realizava sorteios de carros, móveis e eletrodomésticos Isso, além de contribuir para o sucesso de seu programa, trazia bons resultados financeiros, motivando o apresentador de TV a criar empresas como a Móveis Tamakavy e a concessionária de veículos Vimave.
No início dos anos 1970, Boni e Walter Clark, diretores da Rede Globo, promoveram reformas no padrão de qualidade da emissora, investindo em filmes, esporte, jornalismo e novelas, e acabando com os programas independentes. Para os executivos, o programa de Silvio Santos destoava da grade de programação.
Caricatura assinada por Mônica Fuchshuber
O apresentador quase saiu da emissora em 1972, mas o próprio Roberto Marinho o convenceu a ficar, renovando contrato por mais quatro anos. Por este contrato, Silvio não poderia ser acionista ou dono de nenhuma outra emissora de televisão, o que motivou sua saída da Globo. Em 1976 começou a fazer programas na rede Tupi e ao mesmo tempo lutava para ter seu próprio canal de TV.
No dia 22 de outubro de 1975, o presidente Ernesto Geisel assinou o decreto 76.488, outorgando a Silvio Santos o canal 11 do Rio de Janeiro. Silvio passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS (TV Studios).
Com a falência da Rede Tupi, em 1980, o Programa Silvio Santos em São Paulo foi transferido para a Rede Record. Durante a década de 1980 Silvio chegou a ser dono de 50% da emissora do empresário Paulo Machado de Carvalho. Porém, com sua determinação em ter uma rede nacional e poder usar o canal para seus sorteios e promoções, Silvio Santos conquistou o direto de operar o canal 4 de SP.
Em 1981, durante o governo do presidente João Baptista Figueiredo, Silvio conquistou o canal 4 de São Paulo. Dizem as más e boas línguas que isso se deu em função de um forte lobby de Silvio Santos junto à primeira-dama, Dulce Figueiredo, com quem tinha longas conversas por telefone. Silvio Santos passou a operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TV Studios (TVS) da capital paulista.
Caricatura assinada por Quinho mostra Silvio Santos e as pessoas que trabalharam com ele
A partir da união das emissoras TV Studios (TVS) do Rio e de São Paulo, surgiu o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). A rede se expandiu rapidamente por intermédio de afiliações, mas o Programa Silvio Santos continuava sendo transmitido simultaneamente pela Record, especialmente para alcançar o interior de São Paulo. A marca SBT passou a ser usada em toda a rede no final da década de 1980.
Hoje o Programa Silvio Santos é um agrupamento de vários programas de auditório e quadros, somando quase cem atrações diferentes. Os programas sempre tiveram a participação do auditório mais feminino do Brasil, cujas participantes são chamadas pelo apresentador como “colegas de trabalho”.
No início os homens eram proibidos de fazer parte dos programas comandados por Silvio Santos porque ele acreditava que os namorados e maridos das “colegas de trabalho” poderiam ficar com ciúmes do cantores e artistas homens admirados por elas. Com o tempo, proibição foi sendo relaxada, principalmente nos programas que envolvem sorteios e perguntas e respostas.
Além de transformar Silvio Santos em um dos grandes ícones da TV, o Programa Silvio Santos deu destaque ao locutor Lombardi, cujo rosto nunca era visto, ao produtor Roque e a outros membros da equipe, como o animador Liminha. Luís Lombardi Neto (São Paulo, 22/09/1940 – Santo André, 2/12/2009), ganhou fama como locutor de televisão, por anunciar produtos e quadros no Programa Silvio Santos. Ele começou na TV Globo depois seguiu Silvio Santos até chegar ao o SBT, sempre anunciados os produtos e promoções nos programas apresentados por Silvio Santos por mais de 40 anos.
