As marcas e o desafio darwiniano de sobreviver

Postado em: 12 / 08 / 2015

Ana Couto

Ana Couto

Ana Couto

O desafio das Marcas é darwiniano. O que significa que quem vai sobreviver não é o mais forte, nem o mais inteligente, mas o que tem mais capacidade de se adaptar às mudanças. Para se ter uma ideia, da lista americana das Marcas da Fortune 500 de 1955, 429 não existem mais. Chato, não é? O ambiente de negócios é bem mais nefasto para as Marcas do que a evolução das espécies. Ele mata muito e as causas são diversas.

Infelizmente, no Brasil o problema é mais crônico. Além da nossa economia seguir derrapando, o ambiente para fazer negócio é inóspito por conta da burocracia, falta de crédito e de leis trabalhistas ultrapassadas. Logo, sobreviver em um país que está em 130º entre os 185 países mais difíceis de se fazer negócio não é fácil. As causas mais frequentes são: falta de planejamento, prática de copiar modelos existentes, falta de investimento na Marca, não adaptação às necessidades do mercado, entre outras razões.

Por isso é preciso pensar muito no que pode trazer valor para o seu negócio antes de sair empreendendo. Como a Marca pode ajudá-lo nessa construção de valor? Algumas perguntas fáceis são bons filtros para refletir sobre a relevância do seu negócio. Por exemplo: Se minha Marca deixar de existir, as pessoas vão sentir falta? Meu produto/serviço faz alguma diferença no mundo?

Além da mortalidade dos negócios estar cada dia mais alta, o “consumo capitalista” está sendo colocado em xeque, o que nos leva a pensar se poderemos continuar com excesso de consumo, dado os problemas ambientais que enfrentamos, o alto desemprego e até mesmo a própria globalização ameaçando mercados.

Em paralelo à crise econômica, vivemos tempos de revolução digital, que está fazendo um verdadeiro strike em vários mercados. A NetFlix acabou com a Blockbuster, que era a maior rede varejista americana. E não foi só o streaming digital que derrubou a Blockbuster. A entrada da Netflix no mercado foi muito estratégica. Ela criou uma proposta com mais relevância para seus consumidores, entregando a fita em casa sem cobrar dias de atraso na devolução e isso foi muito bem visto por seus consumidores, que odiavam pagar aquelas multas por dias atrasados.

Quando veio o streaming, boom! Aqueles consumidores que estavam acostumados a receber pelo correio o filme agora baixavam pela internet. Desta forma, a Marca conquistou o mundo pela relevância da sua Proposta de Valor.

Da mesma maneira vimos outros movimentos acontecerem, como a Kodak fechar as portas, hotéis reclamando da força do Airbnb e taxistas pelo mundo fazendo greve por causa do aplicativo Uber. Difícil segurar essa revolução que traz novas formas das Marcas se relacionarem com as pessoas.

Diante desse cenário, a pergunta que não quer calar é: como fica o papel da Marca? O papel da Marca tem uma promessa clara: criar relações de valor de longo prazo com todos os públicos de relacionamento, ser diferenciado fazendo diferente do mercado, evoluir se mantendo relevante para seus públicos, criar propriedade para reconhecimento de seu território e ser consistente para construir o futuro do negócio.

Ana Couto é CEO da Ana Couto Branding

Artigo publicado originalmente no blog da Ana Couto Branding

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